Ventura
Um homem e uma mulher. Parados, frente a frente. Penumbra, local desconhecido. Se abraçam.
MULHER - Foi naquele exato momento que entendi tudo. Não mais éramos um par, e sim duas pessoas que muito se gostavam. O calor deu lugar ao requentado, e todo aquele conforto que um simples abraço como esse me oferecia parecia intangível, escorrendo pelas pontas dos dedos, se afastando lentamente da realidade. As mãos grandes nas minhas costas eram proteção. Agora, são restrição. Olho para o seu e olho para o chão e brilho, não por refletir, mas por reter toda a luz que recebo. Entendo agora porque as borboletas voam tanto, já que eu mesma faria o mesmo, se por ventura sair do casulo. Fogos no céu. Pequenas centelhas. Pequenas centelhas de vida que trocaria por anos de minha vida. Me reconheço no começo, através do fim. Me sinto pena. Barco a deriva, sem direção, mas com uma bússola na mão. A vontade é de gritar, um grito tão imenso que não consiga nem ouvir, mas que me preencha. E a ti.
HOMEM - Que bom que nos reencontramos.
MULHER - Foi naquele exato momento que entendi tudo. Não mais éramos um par, e sim duas pessoas que muito se gostavam. O calor deu lugar ao requentado, e todo aquele conforto que um simples abraço como esse me oferecia parecia intangível, escorrendo pelas pontas dos dedos, se afastando lentamente da realidade. As mãos grandes nas minhas costas eram proteção. Agora, são restrição. Olho para o seu e olho para o chão e brilho, não por refletir, mas por reter toda a luz que recebo. Entendo agora porque as borboletas voam tanto, já que eu mesma faria o mesmo, se por ventura sair do casulo. Fogos no céu. Pequenas centelhas. Pequenas centelhas de vida que trocaria por anos de minha vida. Me reconheço no começo, através do fim. Me sinto pena. Barco a deriva, sem direção, mas com uma bússola na mão. A vontade é de gritar, um grito tão imenso que não consiga nem ouvir, mas que me preencha. E a ti.
HOMEM - Que bom que nos reencontramos.